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O que o coronavírus tem me ensinado sobre gerenciamento de Marca Pessoal

Foto do escritor: Cinthia AlmeidaCinthia Almeida

Era à noite aqui nos Estados Unidos quando uma amiga, que mora em Hong Kong, mandou uma mensagem com uma foto dela de máscara pegando o metrô. Para ela era mais um dia de trabalho, se protegendo daquele vírus que havia se alastrado e já infectado muitos.


Por lá, ela disse que havia um aplicativo disponível avisando por onde tinha andado a pessoa infectada, e que todo dia seguinte a isso, os estabelecimentos que tinham sido frequentados pelo “vírus” estavam fechados. O caos já estava instaurado!


O medo havia chegado na Europa. Temos família que vive lá, no país mais afetado. As notícias são diárias, em tempo real. Não tem como não nos preocuparmos. São parte de um grupo de risco. Medidas de segurança são tomadas. Aos poucos. Repentinamente. Drasticamente.


Pouco a pouco, dia a dia, a enchente de notícias começa a nos rondar, a aumentar.

O vírus chegou no Brasil. Caso isolado. Não mais. Impossível. Já são 2. 16. 32. 68...Como ficarão meus pais, nossa família e nossos amigos?


Aqui nos EUA já somos o quarto país com mais casos. Mas o Estado que eu moro sem nenhum caso. Até poucos dias atrás. Agora já são 2. 3. 12. 25 casos. Primeira medida: Universidade do Estado fechada. Em seguida, o presidente anuncia que ninguém mais da Europa poderá entrar no país. Decisão tomada valendo por 30 dias. A governadora pede que todas as escolas fechem. As empresas permitem o home office. Hoje esta notícia é atual. Amanhã já não mais.


Não tem como não ter empatia. A história do outro já toca de perto a nossa história.

E é neste momento que eu percebo o quanto isso tem relação com cada marca pessoal, como cada indivíduo que no momento do caos, deixa transparecer como pensa e como age.


E mais: como cada cultura, de cada país, diz muito sobre sua história e onde se encontra, em posição de desenvolvimento, na economia global.


Isso sem falar na tecnologia que é usada a favor e também contra, dependendo de quem a consome e passa. Seria Fake News, perguntam alguns? O problema é a mídia excessiva, dizem outros. Memes atrás de memes. Diminuem o problema, alertam, acalmam, fazem rir, em momentos de angústia. Depende de quem consome e passa. De novo.


São tantas as observações, que eu, como curiosa e estudiosa de antropologia e ciências do consumo passo um bom tempo analisando cada perfil e tentando entender as suas verdades e seus valores.


Países que já passaram por guerras e têm no cerne de sua história a luta, as batalhas, as dificuldades e os aprendizados tomam decisões mais rápidas para conter o que já se torna mais difícil de contenção. E as pessoas que nele habitam já estão acostumadas a obedecer, ou por terem vivido, ou crescido, ou sido ensinadas, simplesmente pelo fato de que as autoridades tomam a decisão e cabe a cada um fazer seu papel de cidadão.


Agora, não há cultura que se sobreponha ao individualismo e ao desespero do gatilho da escassez e do sentimento do medo. Vide a falta de papel higiênico em grande parte dos supermercados nos países afetados. A ideia de eu “posso” precisar em um futuro incerto transtorna as pessoas. Talvez nem todas, mas boa parte. Mas por que papel higiênico?


Cidades inteiras de quarentena. O indivíduo que estava acostumado a viver em sociedade, a se expressar com sua comunicação, se vê calado por períodos (in)determinados, até segunda ordem.


O que é da minha responsabilidade se torna coletivo. O seu egoísmo é visto com cara torta por outra pessoa. Aqueles que ainda não “entenderam” que o momento pede para parar com eventos, festas e confraternizações continuam a mostrar sua vida social nas redes sociais. E neste momento, eu também faço cara torta.


Pessoas lidando com frustrações de verem seus eventos e viagens tão sonhados cancelados. O sonho de quem iria palestrar, de quem iria assistir e dar sua contribuição. Todos (ou quase todos) prudentemente adiados. Sem saber quando irão retornar.


Prejuízos sendo contabilizados. Pessoas pedindo para que não deixemos de consumir. Afinal, a economia precisa girar e não parar.


Neste momento os mais acelerados são também obrigados a desacelerar! O dia (ou dias) em que o descontrole da situação é a única certeza que temos.


Nestas últimas semanas eu ouvi histórias de pessoas de perto que me fizeram engolir a seco este “vírus". Uma que não conseguiu mais visitar seus pais na casa de repouso, pois autoridades interromperam as visitas. E outra que não conseguiu chegar no velório do pai, pela cidade estar fechada. Tristes e reais.


Em contrapartida, o movimento das vozes que ao escurecer ecoavam no silêncio das cidades italianas, músicas de esperança, sendo puxadas em cada casa, como se dissesse: eu estou aqui no meu individualismo, mas pelo coletivo. E que bom que você também está aí, que pode me ouvir e fazer companhia.


Isso fez meus olhos encherem de lágrimas e meu coração de fé, de que tudo isso é temporário. E que ninguém está sozinho.


Mas cada um por todos e todos por um.


Se cuidem.

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